sexta-feira, 20 de março de 2015

DISORTOGRAFIA- o que é?


O transtorno específico da grafia que, geralmente, acompanha a dislexia é conhecido como disortorgrafia. É a dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da linguagem escrita. 
Define-se como disortografia, os erros na transformação do som no símbolo gráfico que lhe corresponde. Nem sempre a disortografia faz parte da dislexia e pode surgir nos transtornos ligados à má alfabetização, na dificuldade de atenção sustentada aos sons, na memória auditiva de curto prazo (Deficit de Atenção) e também nas dificuldades visuais que podem interferir na escrita.
A disortografia é a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais, confusão nos artículos e pequenas palavras, e em formas mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em palavras correntes ou na correspondência incorrecta entre o som e o símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, etc.).
A disortografia não diz respeito a aspectos gráfico-motores como o traçado, a forma ou direção, mas antes à associação correta entre sons e letras, regras de ortografia e ainda é necessário ter em conta certos casos pontuais em que a associação entre sons e letras não é tão clara.
Os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da escrita, abaixo enumerados, irão permitir uma escrita correta, tanto no ditado, como na cópia.
Estes são, a percepção auditiva que irá permitir à criança discriminar os sons dos fonemas e a retenção do estímulo sonoro para a sua análise e transcrição. A correta percepção visual vai permitir diferenciar os diversos grafemas em função das suas características visuais. A percepção espaço-temporal permite a análise gráfico-visual, a compreensão do ritmo e dos aspectos temporais da cadeia falada para comprovar a adequação grafema—fonema. 
Os problemas associados à disortografia podem ser: 

Perceptivos:
  • Deficiência na percepção e na memória visual auditiva
  • Deficiência a nível espaço-temporal (correta orientação das letras), discriminação de grafemas com traços semelhantes e adequado acompanhamento da sequencia e ritmo da cadeia falada.

Linguístico:

  • Problemas de linguagem – dificuldades na articulação
  • Deficiente conhecimento e utilização do vocabulário

Afetivo-emocional:

  • Baixo nível de motivação

Pedagógicas:

  • Método de ensino não adequado, (utiliza frequentemente o ditado, não se ajusta à necessidades diferenciais e individuais dos alunos, não respeitando o ritmo de aprendizagem do sujeito).
Existem vários tipos de erros característicos da Disortografia, que serão enumerados a seguir:
a) Erros linguístico-perceptivos (quer por omissão, adição e inversão de sons)
Omissões 
  • de fonemas – “como” em vez de “cromo”; “pato” em vez de “patos” 
  • de sílabas inteiras – “car” em vez de “carta” 
  • de palavras
Adições 
  • de fonemas por defeito ou demasia na análise de palavras – “cereto” em vez de “certo” de sílabas inteiras – “castelolo” em vez de “castelo” de palavras
Inversões 
  • de sons por incapacidade de seguir a sequência dos fonemas
  • de grafemas em sílabas inversas “aldo” e não “lado”; “preto” e não “perto”; “bulsa” e não “blusa”
  • de sílabas numa palavra de palavras

Estes erros são característicos dos primeiros anos de aprendizagem e podem desaparecer com a correta utilização das palavras.
b) Erros viso-espaciais (quer por substituição, confusão ou omissão)
Substituições
  • de letras que se diferenciam pela sua posição no espaço – d/p; p/q
  • de letras semelhantes visualmente – m/n; o/a; i/j
Confusões
  • de palavras com fonemas que admitem dupla grafia- ch/z; s/z
  • de palavras com fonemas que admitem duas grafias em função das vogais – g/c
Omissões 
  • da letra H por não ter correspondência fonética (não se lê)
A escrita em espelho é muito rara na Disortografia.
c) Erros viso-analíticos
  • Dificuldades em fazer a síntese e associação entre fonemas e grafemas.
d) Erros relativos ao conteúdo
  • Dificuldades na separação de sequências gráficas pertencentes a dada sequência fônica, respeitando os espaços em branco
  • União de palavras – “ocarro” em vez de “o carro”
  • Separação de sílabas de uma palavra – “es tá”
  • União de sílabas de palavras diferentes – “es tacasa”
e) Erros relacionados com regras de ortografia
  • Não colocar “m” antes do p/b
  • Infringir regras de pontuação – não colocar o ponto final no final das frases
  • Não respeitar as maiúsculas depois do ponto final ou no início do texto
  • Não hifenizar nas mudanças de linha
 SUGESTÕES PEDAGÓGICAS:
  • Encorajar as tentativas de escrita da criança, mostrar interesse pelos trabalhos escritos e elogiá-la.
  • Incitar a criança a elaborar os seus próprios postais e convites, a escrever o seu diário no final do dia como rotina.
  • Chamar a atenção da criança para as situações diárias em que é necessária a utilização da escrita.
  • Incite a criança a ajudá-la na elaboração de uma carta.
  • Não valorize demasiado os erros ortográficos da criança uma vez que estes já são motivo de repreensão e frustração demasiadas vezes.
  • Não corrija simplesmente os seus erros mas tente antes procurar a solução com a criança (ex.: "qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som?").
  • Recorra a livros de atividades que existem no mercado que permitem à criança trabalhar os vários casos de ortografia.
  • Não sobrecarregue, contudo, a criança com trabalhos e fichas que a cansem demasiado e a levem a ver as atividades acadêmicas como desagradáveis, utilize a ludicidade. 
Fontes: http://www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil/desenvolvimento-fase-a-fase/desenvolvimento/disortografia-o-que-e-e-como-e-visivel
http://www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil/crescer/desenvolvimento/como-entender-os-dis-dislexia-disortografia-disgrafia-discalculia
http://www.centropsicopedagogicoapoio.com.br/o-que-e-disortografia/

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